Por: Dom Demétrio Valentini
Sexta-feira, 22 de outubro de 2010 - 12h57min
Temos pela frente mais uma semana de campanha eleitoral, em segundo turno para a Presidência da República.
Viria bem a propósito uma sugestão: quem sabe nesta semana daria para regenerar a campanha, livrando-a de sua mediocridade, e de muitos equívocos que a caracterizaram até aqui?
Quem sabe, ainda daria para debater propostas concretas de governo para os próximos quatro anos, sem perder de vista, claro, as perspectivas de um projeto de Brasil a longo prazo. Realizar em torno destas propostas uma discussão franca, aberta, aprofundada, procurando garantir a viabilidade de tudo o que cada um pretende fazer.
A discussão poderia ser conduzida pelos dois candidatos, mas poderia se estender aos chefes dos partidos, visando o engajamento dos parlamentares para a formulação e execução dos planos de governo.
Poderia, poderia, poderia!
Mas infelizmente não vai acontecer. Está mais do que evidente que não existe ambiente para isto. A campanha já foi contaminada pelo vírus dos ataques pessoais entre os candidatos, na tentativa de desmerecer o adversário e solapar sua imagem junto aos eleitores.
Seria ingenuidade pensar que nesta última semana a campanha vai melhorar. Os ataques vão continuar, as tentativas de desestabilização também. Nada vai ser alterado. As eleições poderiam ser feitas neste domingo, embora cada lado esteja pensando como aproveitar estes dias que ainda faltam para talvez desferir um golpe mais certeiro que produza um efeito mais evidente, fazendo pender a balança para o seu lado.
Portanto, está anunciada mais uma semana de encenação inútil, de promessas infundadas. Esta campanha passará para a história como a mais suja já realizada no Brasil, levantando grandes apreensões sobre as futuras campanhas, se não forem tomadas em tempo sábias providências, a serem transformadas em leis claras e severas, capazes de coibir os abusos.
Dado que as coisas assim estão, vamos nos alertando para o exercício do discernimento. É importante conferir como é composta a pauta dos noticiários televisivos, a capa das revistas, a primeira página dos grandes jornais. Numa aparente e elegante neutralidade, vão desfilando em sequência matérias trazidas à tona e enfileiradas com o único escopo de desfazer a imagem do adversário. Sim, do adversário, porque os grandes meios de comunicação sabem muito bem escolher quem é o seu candidato, e quem é o seu adversário. E não vão poupar nenhum cartucho que julgarem capaz de causar estrago efetivo.
Esta é a realidade política neste país chamado Brasil.
O que fazer? Valorizar ainda mais o voto! É com ele que podemos frustrar quem faz da política um meio de conseguir o poder, para colocá-lo a serviço dos seus interesses pessoais e corporativos, instrumentalizando a fé e as instituições eclesiais.
O voto é nossa arma verdadeira. Ele é a pequena pedra que Davi colocou em sua funda, no combate contra o gigante Golias. A verdadeira vitória eleitoral, desta vez, não é em primeiro lugar "ganhar a eleição", mas derrotar as trapaças eleitorais. Isto a gente faz demonstrando que votamos, não levados pelas falsas acusações que se propagaram em abundância nesta campanha, mas pela vontade livre de cada eleitor, definida a partir da proposta de governo que cada eleitor achar mais conveniente para todo o povo brasileiro e para o futuro do nosso país.
Dom Demétrio Valentini é Bispo de Jales (SP) e Presidente da Cáritas Brasileira
Fonte: Centro de Estudos Bíblicos
Disponível em: http://www.cebi.org.br/noticia.php?secaoId=5¬iciaId=1534
sábado, 23 de outubro de 2010
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Coronelismo eletrônico, Privatização e um telhado de vidro
Alguns trechos do site Carta Maior, disponível em: http://www.cartamaior.com.br, para ilustrar o momento atual.
Estão querendo vender o Brasil à todo custo, lotear a internet em redutos eleitorais dos coronéis.
Liberdade de impressa? Cuidado com o jurídico e ao PF!
Recordando Darcy Ribeiro: “essa gente quer vender o Brasil”
No momento em que o tema das privatizações volta ao debate público nacional, vale a pena reler o que Darcy Ribeiro falou na época sobre a venda da Companhia Vale do Rio Doce, no dia 10 de janeiro de 1997, um mês antes de morrer. "Essa gente quer vender, quer entregar o Brasil porque acha melhor. Essa gente usa o Brasil, usa a Nação, para alcançar os seus objetivos", disse Darcy Ribeiro. A Vale acabou sendo privatizada no governo FHC por insistência do então ministro do Planejamento, José Serra, conforme relatou mais tarde o próprio Fernando Henrique.
“Eu custei muito tempo para me convencer de que era necessário privatizar a Vale. Venho de outra formação e tinha resistência a isso. Pode ser uma boa empresa, pensava. Por que privatizar? (...) O Serra foi um dos que mais lutou pela privatização da Vale. Digo isso porque tem muita gente que diz que o Serra é estatizante. Não. A Light também foi o Serra que privatizou”, diz FHC.
E, então, ficamos sabendo que o crime de pensar pode ser letal se não altamente contagioso: a psicanalista Maria Rita Kehl foi demitida do jornal O Estado de S. Paulodepois de ter escrito, no sábado (2/10), artigo sobre a "desqualificação" dos votos dos pobres. Sintomaticamente, recebeu como título duas palavras e reticências: "Dois pesos...". Mas foi sua possível continuação – ... duas medidas – que levantou ondas e ondas na internet. Todas elas mesclando indignação e espanto por ver como é comum que nas casas dos abastados ferreiros os espetos continuem teimando em ser de pau.
A explicação oficial do jornal paulista é que a colunista vinha de há muito enveredando por outros assuntos em sua coluna, que não os da psicanálise. Ora essa, pergunto a minha camisa sem botões: de qual tipo de imprensa estamos falando, quando se enquadra de forma muito natural o campo de expressão de um colunista? Então, na condição de psicanalista, é-lhe vedado abordar política? Tratar de política é campo de algum especialista somente – aqueles que portam carteirinha partidária – ou não se configura o tipo de tema que diz respeito ao interesse de todos nós cidadãos?
O jornalista Gabriel Priolli deixara de ser diretor de jornalismo da TV Cultura. Mais um pouco e ficaremos convencidos de que no jornalismo paulista expressões como "pedágios" e "liberdade de expressão" são como óleo e água e não podem conviver em uma mesma Redação. Um deles tem que cair, sumir, desaparecer, submergir, calar.
"Fui demitida pelo jornal O Estado de S.Paulo pelo que consideraram um ‘delito’ de opinião." – Maria Rita.
Enquanto Isso, um desprovido de cabelo tenta a todo custo derrubar a Dilma
Quem não tem teto de vidro que atire a primeira pedra!
Aqui perto de nós, um filho não pode ir contra o candidato que o pai apoia, senão o coronel manda chamá-lo no gabinete para interrogá-lo.
Em plena século digital, ainda sim há traços do coronelismo e da ditadura em Minas e em outros cantos do Brasil.
Estão querendo vender o Brasil à todo custo, lotear a internet em redutos eleitorais dos coronéis.
Liberdade de impressa? Cuidado com o jurídico e ao PF!
Recordando Darcy Ribeiro: “essa gente quer vender o Brasil”
No momento em que o tema das privatizações volta ao debate público nacional, vale a pena reler o que Darcy Ribeiro falou na época sobre a venda da Companhia Vale do Rio Doce, no dia 10 de janeiro de 1997, um mês antes de morrer. "Essa gente quer vender, quer entregar o Brasil porque acha melhor. Essa gente usa o Brasil, usa a Nação, para alcançar os seus objetivos", disse Darcy Ribeiro. A Vale acabou sendo privatizada no governo FHC por insistência do então ministro do Planejamento, José Serra, conforme relatou mais tarde o próprio Fernando Henrique.
“Eu custei muito tempo para me convencer de que era necessário privatizar a Vale. Venho de outra formação e tinha resistência a isso. Pode ser uma boa empresa, pensava. Por que privatizar? (...) O Serra foi um dos que mais lutou pela privatização da Vale. Digo isso porque tem muita gente que diz que o Serra é estatizante. Não. A Light também foi o Serra que privatizou”, diz FHC.
E, então, ficamos sabendo que o crime de pensar pode ser letal se não altamente contagioso: a psicanalista Maria Rita Kehl foi demitida do jornal O Estado de S. Paulodepois de ter escrito, no sábado (2/10), artigo sobre a "desqualificação" dos votos dos pobres. Sintomaticamente, recebeu como título duas palavras e reticências: "Dois pesos...". Mas foi sua possível continuação – ... duas medidas – que levantou ondas e ondas na internet. Todas elas mesclando indignação e espanto por ver como é comum que nas casas dos abastados ferreiros os espetos continuem teimando em ser de pau.
A explicação oficial do jornal paulista é que a colunista vinha de há muito enveredando por outros assuntos em sua coluna, que não os da psicanálise. Ora essa, pergunto a minha camisa sem botões: de qual tipo de imprensa estamos falando, quando se enquadra de forma muito natural o campo de expressão de um colunista? Então, na condição de psicanalista, é-lhe vedado abordar política? Tratar de política é campo de algum especialista somente – aqueles que portam carteirinha partidária – ou não se configura o tipo de tema que diz respeito ao interesse de todos nós cidadãos?
O jornalista Gabriel Priolli deixara de ser diretor de jornalismo da TV Cultura. Mais um pouco e ficaremos convencidos de que no jornalismo paulista expressões como "pedágios" e "liberdade de expressão" são como óleo e água e não podem conviver em uma mesma Redação. Um deles tem que cair, sumir, desaparecer, submergir, calar.
"Fui demitida pelo jornal O Estado de S.Paulo pelo que consideraram um ‘delito’ de opinião." – Maria Rita.
Enquanto Isso, um desprovido de cabelo tenta a todo custo derrubar a Dilma
Quem não tem teto de vidro que atire a primeira pedra!
Aqui perto de nós, um filho não pode ir contra o candidato que o pai apoia, senão o coronel manda chamá-lo no gabinete para interrogá-lo.
Em plena século digital, ainda sim há traços do coronelismo e da ditadura em Minas e em outros cantos do Brasil.
terça-feira, 5 de outubro de 2010
O que as urnas têm a dizer
Numa primeira análise da eleição de domingo, mesmo que superficial, conclui-se que haverá um tempo em que falaremos de “boca de urna” como coisa ultrapassada; esses “santinhos do pau oco” que jogam pelas ruas e praças em dias de eleição, serão perda de temo; àqueles “coronéis” que rondam as sessões afim de intimidar alguém serão banidos e as “dondocas” que ainda mamam nas tetas municipais não conseguirão mais abrir a boca para dizer que foi o fulano que o prefeito está apoiando quem trouxe a escola e o posto de saúde para o bairro.
Dizem que urna eletrônica falta conversar. Outros dizem que até sentem quando outros estão teclando nela o mesmos números de seu partido.
Se urna conversa eu não sei. Mas que as urnas eletrônicas aqui do Brejo falaram, falaram.
Falaram o que?
Falaram o que o povo queria que falasse: Que o povo não aceita mais tapiação desses políticos ultrapassados que aí estão no poder de nossa prefeitura ou usurpando dela para se promover.
Já ouvi dizer que tem gente arrumando as estradas e sua fazenda também. Tem gente que até já comprou casa nova a nosso custo. Tem mocinho arrematando bois em leilões por vários currais eleitorais. Outros até se realizaram, comprando àquele ônibus que tanto sonhava ter para servir à prefeitura e ganhar uns trocos com super faturamento. Tem outros que dizem que mandam e é eles que se desdobram para atender a compadre sicrano e
Sobrar uns trocos para os filhos (me esqueci: com esse ninguém pode mexer. A fera é valente e anda espancando todos a sua frente. Segundo a mulher dele: Cuidado! Ele tem revólver!).
Mas tudo isso está por mudar e em breve voltaremos à democracia e o Brejo voltará a ser um lugar de paz!
Se você está desempregado, a prefeitura vai construir alguma obra, a empresa que “ganhou a licitação” precisa de empregados. Você não é contratado pela firma se não tiver uma cartinha do Zé, da vice ou dos seus vices Daí ou Zé de Pretim.
Me perguntaram na rua: O que os astros dizem?
Os astros eu não sei, mas o povo disse nas urnas que não mais ficarão calados, como seres alienados, esperando as coisas acontecerem.
Denilsão e o Pc do B
derrubaram de uma só vez: Zé Mário (Ditador e dono da máquina administrativa), Dias (O dono do SAAE) e Ronaldo Ramon, ou seja, três políticos ultrapassados que sequer tiveram juntos ao menos 50% dos votos.
No Domingo, após o resultado das eleições, a corja se trancafiou calada e escondida. Coisa que nem viagra os fazia se erguer. Estavam acreditados de que o povo ainda comia nas mãos de quem detém o povo. Lembro-me de uma amigo que disse Ter sido ameaçado por Ró de Lora de Véio: Não bata de frente com que está com o poder, pois o Zé Mário é muito influente e pode lhe prejudicar depois. Não só batemos de frente com o poder, mas conseguimos vencer uma batalha.
Só me preocupa uma coisa: Zé Silva ainda doará canos de irrigação em troca de votos?
Arlen Santiago ainda conseguirá marcar cirurgias para os brejeiros em troca de votos?
São Geraldo ainda terá água encanada em cada uma das casas?
Os bairros ainda serão calçados?
Teremos um novo concurso público até o mês que vem? Pois serão demitidos todos os contratados?
No Brejo tudo é diferente de outros rincões: Os contratados da prefeitura, todos os secretários, comerciantes com “licitações de favores” e grande parte dos vereadores, todos não têm escolha própria. Entregam a decisão para o Zé e o Dias decidirem em quem eles devem votar ou a quem devem apoiar.
Dizem que o Zé está de olho. Ainda bem! O Zé e seus alienados não enxergam um palmo além do próprio nariz.
Dizem que urna eletrônica falta conversar. Outros dizem que até sentem quando outros estão teclando nela o mesmos números de seu partido.
Se urna conversa eu não sei. Mas que as urnas eletrônicas aqui do Brejo falaram, falaram.
Falaram o que?
Falaram o que o povo queria que falasse: Que o povo não aceita mais tapiação desses políticos ultrapassados que aí estão no poder de nossa prefeitura ou usurpando dela para se promover.
Já ouvi dizer que tem gente arrumando as estradas e sua fazenda também. Tem gente que até já comprou casa nova a nosso custo. Tem mocinho arrematando bois em leilões por vários currais eleitorais. Outros até se realizaram, comprando àquele ônibus que tanto sonhava ter para servir à prefeitura e ganhar uns trocos com super faturamento. Tem outros que dizem que mandam e é eles que se desdobram para atender a compadre sicrano e
Sobrar uns trocos para os filhos (me esqueci: com esse ninguém pode mexer. A fera é valente e anda espancando todos a sua frente. Segundo a mulher dele: Cuidado! Ele tem revólver!).
Mas tudo isso está por mudar e em breve voltaremos à democracia e o Brejo voltará a ser um lugar de paz!
Se você está desempregado, a prefeitura vai construir alguma obra, a empresa que “ganhou a licitação” precisa de empregados. Você não é contratado pela firma se não tiver uma cartinha do Zé, da vice ou dos seus vices Daí ou Zé de Pretim.
Me perguntaram na rua: O que os astros dizem?
Os astros eu não sei, mas o povo disse nas urnas que não mais ficarão calados, como seres alienados, esperando as coisas acontecerem.
Denilsão e o Pc do B
derrubaram de uma só vez: Zé Mário (Ditador e dono da máquina administrativa), Dias (O dono do SAAE) e Ronaldo Ramon, ou seja, três políticos ultrapassados que sequer tiveram juntos ao menos 50% dos votos.
No Domingo, após o resultado das eleições, a corja se trancafiou calada e escondida. Coisa que nem viagra os fazia se erguer. Estavam acreditados de que o povo ainda comia nas mãos de quem detém o povo. Lembro-me de uma amigo que disse Ter sido ameaçado por Ró de Lora de Véio: Não bata de frente com que está com o poder, pois o Zé Mário é muito influente e pode lhe prejudicar depois. Não só batemos de frente com o poder, mas conseguimos vencer uma batalha.
Só me preocupa uma coisa: Zé Silva ainda doará canos de irrigação em troca de votos?
Arlen Santiago ainda conseguirá marcar cirurgias para os brejeiros em troca de votos?
São Geraldo ainda terá água encanada em cada uma das casas?
Os bairros ainda serão calçados?
Teremos um novo concurso público até o mês que vem? Pois serão demitidos todos os contratados?
No Brejo tudo é diferente de outros rincões: Os contratados da prefeitura, todos os secretários, comerciantes com “licitações de favores” e grande parte dos vereadores, todos não têm escolha própria. Entregam a decisão para o Zé e o Dias decidirem em quem eles devem votar ou a quem devem apoiar.
Dizem que o Zé está de olho. Ainda bem! O Zé e seus alienados não enxergam um palmo além do próprio nariz.
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